Vesgos!
Os vesgos são aquelas pessoas cujos olhos estão de tal maneira retorcidos, que ficamos na dúvida se lhes chamamos estrábicos educadamente ou zarolhos indelicadamente.
Além de ser inestético, o tal estrabismo pode levar ao chamado "olho preguiçoso", uma situação reversível desde que seja tratada precocemente. Como esta deficiência consiste na ausência de alinhamento entre os olhos, que supostamente deveriam estar orientados para um mesmo ponto em quaisquer posições e movimentos, é natural que ao falarmos com um vesgo, um olho se fixe em nós e o outro no dia de ontem. Portanto, os músculos deveriam conseguir movimentar os olhos de forma coordenada, permitindo a estes uma visão tridimensional, noção de profundidade e que deste modo pudessem transmitir correctamente as imagens para o cérebro. Se assim não fôr, a massa encefálica anda à nora e o tipo vesgo fica com visão dupla, podendo até perder a função visual do olho desviado, uma vez que o cérebro poderá optar por utilizar as imagens fornecidas, apenas pelo olho baril.
Por norma, o estrabismo aparece quase sempre em idade infantil mas é comum ser também uma patologia facilmente verificada em adultos, nomeadamente em árbitros de futebol, políticos, patrões e gentinha de umbigo grande. Se por um lado, o estrabismo nas crianças pode ser corrigido com óculos ou através de cirurgia, nos adultos a situação é mais complexa, sendo preferível optar-se por uma marretada pelos cornos abaixo para os olhos abrirem de vez ou serem colocados no sítio. Como exemplo, falo no último Sporting vs. Vitória de Guimarães, em que o fiscal de linha via a luva do guarda-redes vitoriano na baliza e assinalou golo para os da casa. Estamos aqui perante um caso de gravíssima vesguice, uma vez que um dos olhos estava na luva e o outro a procurar a puta da bola. No entanto, não é o único... No parlamento português anda tudo à procura de submarinos, de aeroportos e de comboios de alta velocidade com um olho, procurando uma forma de nos sacarem dinheiro para luxos e mordomias com o outro, ficando o ceguinho olho do cú a preocupar-se com o povo. Assim sendo, se a vistinha destinada à população não chorar, já nos poderemos dar por felizes...
A conselho de vários oftalmologistas e optometristas, a análise e exame de um estrabismo, pode ser sempre feita em qualquer idade. O teste mais vulgar para detectar este problema é o chamado "Cover Test", em que se chama a atenção do zarolho para um determinado objecto e se confirma depois se os dois olhos estarão a fixar-se na direcção do mesmo. Tapando alternadamente um dos olhos, observa-se se algum deles se desvia para retomar a fixação. Caso um deles se mantenha em Alcântara e outro consiga ver Almada, não é nenhum milagre do Cristo-Rei, mas a prova provada de que algo vai mal nas órbitas visuais daquela pessoa. Para aferir a noção de profundidade faz-se um teste em que o paciente usa uns óculos especiais e uma imagem que se transforma com o uso desses mesmos óculos. Se tiver visão tridimensional, o paciente vai tentar "apanhar no ar", os objectos acima do plano dessa mesma imagem, caso contrário, vai apenas tocá-los no sítio de onde a gravura se encontra. Pronto, vejam a merda do Avatar ou de filmes em 3D para perceberem a coisa. Se forem "normais" e quiserem dar uma apalpadela no cú da gaja, estarão a meter-lhe a mão na nádega, se não tiverem a tal noção de profundidade, continuarão com as mãos nos bolsos e a assobiar para o lado. Capisce?
Além do mais, o sucesso destes tratamentos dependerá sempre do seu início, sendo que quanto mais precoce for diagnosticado o problema, melhor. Portanto e avaliando pela idade dos indivíduos, os testes à acuidade visual serão sempre diferentes, o que não deixa de ser uma lástima porque os vesgos deste país são todos velhos, a caír de maduros e sem hipótese de se regenerarem. No entanto, para meterem ao bolso e gamarem a arraia miúda, possuem uma visão milimétrica e se aqueles olhinhos não são primos do conhecidíssmo telescópio "Hubble", vou ali e já venho. Convém ainda assim salientar, que neste caso não será bem zarolhice, mas algo a que nós chamamos como "vistas curtas", entrando claramente em contradição com a miopia ou estigmatismo. Ou seja, para o que lhes interessa a vista está no ponto e nem de lentes precisam, para certos e determinados assuntos são cegos, amblíopes e membros da Acapo!
Finalizo dizendo que quando o estrabismo é acomodativo, nada como umas boas cangalhas de vidro à frente dos olhos e apoiadas na penca para corrigir. Claro que continuará a ser muito importante, tratar a parte sensorial para evitar males maiores e se os médicos tiverem de nos ir ao olho caso tenhamos uma chatice destas, há que deixar porque é para nosso bem. Já há no entanto, uma terapia à base de Botox, para enfraquecer ou paralisar os músculos dos olhos que andam a rodar como os dos camaleões, mas como ainda vejo a toxina botulíca associada a tratamentos de beleza e é melhor nem pensar de onde é que ela vem, prefiro olhar a direito e dar graças a Deus porque afinal, não sou do PS! Beijinhos bons e lavem bem as vistinhas num bom clube de strip... Cura tudo!
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